sexta-feira, 26 de janeiro de 2018

Temporal

Esse poema, de 2001, não precisou ser refeito. Bastou-me revirar as páginas ─ na verdade já estava digitalizado, então o que fiz foi um serviço de cópia e cola. Um trabalho mais de bricolagem, como dizem os franceses, do que de escrita!

O texto descreve um dia de chuva em uma época em que eu tomava muita chuva...




De repente

As nuvens altas e claras

Jogam suas águas pro ar

Desprevenidos cá na terra

Procuram abrigo

Como se houvesse guerra




Soa o grito das mães


Lojas baixam suas portas


O que era pra daqui a pouco


Se resolverá amanhã


Somente amanhã



Numa breve trégua

O vapor se ergue do asfalto



Então

No vento forte

Nuvens baixas e negras

Cobrem toda cidade



Logo

Fugindo

Se vão todos


Espavoridos


Ultrajados

Sob a chuva


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