quinta-feira, 23 de agosto de 2018

Arte no Instagram: Rodrigo Gallo

Esse texto foi originalmente escrito em francês, para meu blog BBMK (link L’art sur Instagram : Rodrigo Gallo). Além do Rodrigo Gallo, pretendo apresentar outros artistas cuja produção, de inegável qualidade, pode resultar numa discussão mais aprofundada no futuro. 



Pelas redes sociais pode-se fazer amigos, encontrar pessoas interessantes e também descobrir artes que não se conheceria por outro meio. Talvez mais que outras redes sociais, o Instagram nos permita entrar em contato com trabalhos artísticos aos quais dificilmente seríamos expostos. Dentre esses casos, está o trabalho do artista mineiro Rodrigo Gallo. 

Gallo trabalha com metal, sua página no Instagram é a Full Metal Concept (link fullmetalconcept), que pode ser traduzido como “um conceito completo sobre o metal”. Não por acaso, um de seus temas preferidos para escultura é a guitarra elétrica. Para descrever seu trabalho com uma linguagem mais precisa, eu recorro ao conceito de escultura pós-moderna; ou seja, um estilo que faz uso da incoerência, da descontinuidade, da paródia, da cultura popular, enfim... A mesma linguagem que produziu e popularizou, por exemplo, o “zumbi”! 






















Todas as fotos são publicadas com a autorização do artista.

Um dia, perguntei ao Rodrigo sobre os efeitos da oxidação sobre seu trabalho de arte. Ele respondeu-me que prefere mesmo a ferrugem ao metal limpo; na verdade, compartilho o mesmo gosto! Especialmente quanto às guitarras, parece-me que a oxidação favorece uma rusticidade que intensifica o aspecto de deterioração próprio da linguagem pós-moderna. Apesar disso, um dia, alguém encomendou um violino — nesse caso, não haveria mais a relação metálica com a música heavy metal e a deterioração; em vez disso, uma relação muito insólita com a música acadêmica.





















Contudo, nem todos os seus trabalhos estão ligados às ideias pós-modernas de rebaixamento e degradação, Gallo faz também réplicas de motocicletas Harley-Davidson. Ele já fez mais de uma centena delas, que recebem pintura e, portanto, não ficam tão expostas à oxidação. 

Um dia, no Instagram, Gallo anunciou que faria um trabalho talvez polêmico. Encomendaram-lhe uma AK-47 e ele preocupou-se em explicar que, num mundo tão cheio de violência, ele não tem intenção nenhuma de fazer qualquer tipo de apologia à guerra, mas somente um trabalho artístico. Para que não houvesse qualquer dúvida sobre a natureza de seu trabalho, as marcas da escultura foram intensificadas! Foi um grande desafio manter o padrão artístico de uma obra que tão facilmente poderia ter um aspecto ou infantil ou mais brutal que o desejado. 

















Mais tarde, Virginia Soares fez sobre ele um artigo para o jornal da ESAB (link ESAB), uma empresa de produtos de soldagem. A ESAB não é a única parceria de Gallo, ele também conta com a Dremel, uma empresa de ferramentas. A parceria com a Dremel proporcionou, recentemente, o sorteio de uma de suas réplicas de motocicletas!















Faz algum tempo, ele começou a construir uma réplica da Torre Eiffel. É um projeto grandioso, em escala de 1 por 100. Eu lhe perguntei sobre o estudo necessário para essa produção e ele me respondeu que, por causa desse trabalho, acabou conhecendo muitos aspectos da Torre Eiffel. 





















Foi somente pela internet que falei com o Rodrigo. Moramos cerca de seiscentos quilômetros um do outro e nunca nos encontramos! Mas, essa não é a maior distância geográfica entre mim e um amigo em redes sociais. A Patrícia, minha parceira em estudos de língua estrangeira no blog BBMK, assim como a Elena Zymara, uma outra artista que divulga seu trabalho pelo Instagram, moram, as duas, muito mais longe de mim que o Rodrigo! Mas, contarei essas histórias em outra ocasião...

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