domingo, 2 de abril de 2017

Assunto de blog

Decidir o que será assunto deste blog não é tarefa das mais fáceis! Não que falte o que escrever, mas o que interessa publicar (ou o que poderia proporcionar uma leitura interessante) ou porque publicar determinado assunto no blog, ao invés de publicar em outro veículo. Gostaria de publicar assuntos interessantes, é claro! Escrever algo que pudesse ser útil a estudantes ou a quem faz uma pesquisa qualquer, particularmente, assuntos que fazem parte de minha área de pesquisa e que, a meu entender, não deveria ser restrito ao meio acadêmico.

Eis o desafio: escrever textos interessantes, ligados ao meu trabalho de pesquisa, que não entrem em choque com minha produção acadêmica. Por exemplo, quando percebi que meus textos seriam melhor aproveitados em uma revista acadêmica, entendi que se os deixasse no blog correria o risco de ser acusado de plágio — por isso cheguei a apagar postagens e até mesmo a desativar o meu site pessoal!

Do mesmo modo, também não é legal um blog que reproduz textos que li em algum livro ou página da internet. Na verdade, o que mais encontramos na internet é reprodução de texto alheio: um pensa e uma multidão copia! Para dizer tudo, seria mentira se eu dissesse que minhas primeiras experiências com publicações na internet foram diferentes disso! Aliás, o meu primeiro blog é este mesmo, com o mesmo título, apenas o estou reformulando com outro conceito (também tive um blog em meu site pessoal, mas agora estão desativados tanto o site quanto o blog).

Publicar traduções até que me parecia uma alternativa agradável. O pesquisador Celso de Oliveira Vieira publica suas traduções em blog e isso não impede que sejam posteriormente publicadas por uma editora! Contudo, a recomendação que tive foi a de não publicar meus trabalhos inéditos em blog — não a segui completamente.

Há algum tempo comecei a publicar traduções comentadas dos poemas em prosa de Charles Baudelaire. Essa ideia não é nova: há uma dezena de sites dedicados à obra poética de Charles Baudelaire. Não obstante, quando meu trabalho começou a ganhar volume — traduzi vinte e três dos cinquenta poemas —, percebi que o trabalho estava bom, apresentava inovação às traduções que conheço, e, caso eu resolva apresentar o trabalho a uma editora, o blog poderia atrapalhar as negociações. No final das contas, o trabalho ficou parado.

Recentemente comecei um segundo blog com uma amiga, o BBMK (Being for the Benefit of Mr Kite), com textos em francês e em inglês, e daí percebi que não será tão ruim um blog com experiências de escrita criativa. A amiga é a Patricia, que mora em Limoges, na França, juntos praticamos escrita em língua estrangeira, ela em inglês, eu em francês. A ideia é manter um espaço para quem quer trabalhar língua estrangeira (inglês, francês e português — para falantes não nativos de língua portuguesa — veja a página Submissions / Proposer des textes). Depois de escrever em francês textos que eu não consideraria postar neste blog, percebi que pode ser interessante mesclar algumas de minhas experiências também por aqui.

A experiência, no caso, será a crônica. Crônica é um tipo de texto, melhor, um gênero textual que deveria ser fácil, afinal, é com a crônica que se escrever sobre nada, ou sobre tudo. Atualmente, esse gênero migrou para o YouTube no formato de Vlog, cujo único defeito é o de não ser escrito — por isso mesmo faz sucesso. O Vlog não vive só de crônica, mas essas são as postagens mais legais. A crônica é um descanso que tenho dos textos mais sérios e exigentes, mas, por outro lado, escrever sobre nada, ou sobre tudo, não é das coisas mais fáceis. Veremos o que vem pela frente.

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