quarta-feira, 20 de dezembro de 2017

Planos para 2018

















Ao longo de muitos anos escrevi textos como experiências de escrita. Realmente não eram mais que isso: experiências de escrita ─ nasceram da sugestão de uma professora de cursinho; segundo a qual, para escrever boas redações devemos praticar todos os dias. O problema é que redação é um gênero que só existe na escola e só é praticado até entrarmos na faculdade. Depois escrevemos artigos, cartas, resenhas, resumos, crônicas, dissertação, tese (dissertação e tese a gente escreve uma só de cada, há malucos ou malucas que escrevem mais de uma, mas são casos excepcionais), enfim, paramos de escrever redações; eu parei!

Antes de parar, eu escrevi muita coisa! Não necessariamente redação, mas os demais gêneros todos. Alguns desses textos eu até acho que são legais e talvez seja hora de mostra-los. Assim, esse fica sendo um outro exercício de escrita: o exercício da reescrita! Entre outras coisas, o blog passará a ter um pouco mais de volume de textos, uma produção mais frequente, já que foram escritos previamente!

Começo com uma carta escrita em junho de 1998 ─ e lá se vão vinte anos… Não é uma carta comum; antes, uma carta de amor ou mais ou menos isso. Vamos ao texto:


Ao amor da minha vida,

Devido à intensa angústia causada pela sua repentina ausência, decidi, em comum acordo com meu coração, que não amo mais você. Sei que a solidão tende a aumentar, reconheço também que a velha rotina é um saco, mas, o que se há de fazer? – o abandono já é presente.

Tem mais: a partir de agora sou do mal, o que significa que sobreviverei sem lágrimas, e, pelo muito que me arrependa, não voltarei atrás. Pois tenho certeza, você, meu amor, que é do bem, estará sofrendo em dobro – coisa que só me dá satisfação!

Vou me desfazer de todas as pequenas lembranças, convencer os amigos de que já esqueci, ser indiferente ao ouvir o seu nome. Vou acabar com toda nossa parca esperança de reconciliação. – como disse: agora sou do mal.

Meu único medo é de que nessa dura separação você verdadeiramente me esqueça, pondo assim por terra todo meu projeto de vingança ─ envio esta carta com o pedido para que tal não aconteça: seja complacente ao meu rancor e não me esqueça jamais!


Cordialmente, seu novo inimigo.


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