Escrito em
1998, esse texto também é parte de minhas experiências de escrita.
Na época eu
lia bastante a Cecília Meireles, que sempre fala de desenhos ─ por exemplo, nesses
versos de Canção excêntrica:
Ando à
procura de espaço
para o
desenho da vida.
Em números
me embaraço
e perco
sempre a medida.
O trabalho
que propus a mim mesmo foi o de dar vida a um retrato...
Para os
olhos
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Cores e
formas
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Luz e
sombra
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Cílios e
sobrancelhas
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Nariz e o
contorno do rosto
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Depois
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O sorriso
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Os cabelos
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Escondem
parcialmente as orelhas
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(Antes de
caírem sobre os ombros)
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Falta o
queixo e mais nada
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É só
colorir em pastel
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Estarão
prontos os olhos
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Agora lhes
dou lembranças
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Saudades e
alguma dor
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(Não
muita, pois se chora
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borra a
tela)
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Nada de
cores
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Os fecho
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Não
castanhos, negros
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Não verdes
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Não azuis
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Apenas um
sonho
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No rosto
triste que sorri
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