Minha intenção ao
escrever era conseguir algo que se tornasse música em algum momento. Para meu
desespero, fiz parceria com alguns compositores e compositoras que musicavam
qualquer coisa ─ musicavam no sistema “se pode ser dito, pode ser cantado”. Eu,
por outro lado, fazia músicas instrumentais e produzia textos, mas nunca
juntava as duas coisas. Sentia-me quase um mestre Romão Pires, da Cantiga de esponsais, de Machado de Assis!
O texto abaixo, de
1999, é uma de minhas experiências poéticas, exercício para letra de música. Não
é dos piores...
Carinho
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Compreensão
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Amizade
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ainda que gratuitos
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(Tem gente que não consegue)
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Esse olha ríspido
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Nossa pressa sem razão
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— A mágoa não mata nem sara
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Dizem que é assim mesmo
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!
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E
o v e n t o l e v a
a p a l a v r a
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Um dia excluso
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— Dois em solitude
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O tempo ensina a rotina
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Sempre — há mais a perder
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Mas tem gente que não consegue
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