quarta-feira, 27 de abril de 2022

Buenos Aires: primeiras impressões

 





Na manhã de terça-feira da semana passada Buenos Aires ainda poderia se tornar um passeio malogrado, hoje não. Deu tudo certo: saímos no horário, o ônibus para São Paulo chegou no horário, a conexão para Guarulhos chegou no horário, o voo para Buenos Aires foi tranquilo. Foi tudo tão pontual e tão correto que até ficamos, eu e a Marta, desconfiados de que o destino nos reservava algum outro desapontamento mais grave.

Já em Buenos Aires, pegamos um taxi que preferiu receber em reais ao final da corrida. Alertou-nos de que o “Paseo de autobús hop-on hop-off” não seria uma boa ideia. Passeio caro e rápido demais… ele preferia que utilizássemos taxi! Como a Marta já não tinha certeza se queria ou não esse passeio, decidimos por não o fazer. Nossa opção foi flanar pela cidade, seguiríamos um roteiro mais ou menos estabelecido, usaríamos o metrô, o ônibus e caminharíamos muito. A ideia parecia boa e assim fizemos.

Seria preciso um chip (em espanhol, um “SIM”) para o celular, pois o Google maps seria nossa principal ferramenta de localização. Precisaríamos também de um cartão para o transporte público. Isso tudo deveria ser providenciado sem demora, ainda no primeiro dia. Compramos bem barato um cartão de uma operadora local que não funcionou, depois adquirimos de graça um cartão Claro que, com uma pequena carga, funcionou durante todos os dias em que estivemos lá. O cartão de transporte público, o SUBE, foi bem mais fácil.

Nesse primeiro dia, ficamos desconfiados fosse pelo taxista muito solícito, fosse pela atendente ou proprietária do Kiosko, um tipo de banca de jornais que nos vendeu o “SIM” que não funcionou, fosse pelos serviços do hotel — esse merece um parágrafo especial!

Embora Buenos Aires seja uma cidade enorme, há uma proximidade entre as pessoas que já não se encontra mesmo nas cidades interioranas do estado de São Paulo. O portenho nos ouve com atenção se falamos em português, não ri se tentamos falar espanhol e é muito pronto a ajudar. Há um calor humano e uma oferta de gentilezas que já estamos perdendo por aqui. Essa informalidade, vamos dizer assim, no hotel se traduzia em “pequenos problemas”.

Logo que chegamos ao hotel, ligamos o “ar-condicionado”, que não resfriava coisa nenhuma. No banheiro, a Marta desconfiou que as toalhas não tinham sido trocadas. Depois de usar a privada, notei que a caixa d’água não enchia, era preciso abrir a caixa e tampar a saída d’água manualmente. A Marta desceu até a recepção com uma lista de reclamações, ouviu que o hotel não tem ar-condicionado, tem só aquecimento e ventilação, no momento, só a ventilação estava disponível (mais tarde notamos que a preocupação dos argentinos é o frio, não o calor). Até deram toalhas novas para a Marta, mas, no tempo em que estivemos lá, percebemos que trocar toalhas nunca esteve na lista de prioridades. A caixa d’água da privada ainda agora deve estar esperando conserto. Durante o tempo que estivemos lá, a Marta sofreu mais com isso tudo do que eu.

Antes de iniciarmos o primeiro passeio, fomos ao Goya, um bar na esquina da rua Suipacha, onde estávamos hospedados, com a avenida de Mayo. Fomos abordados por um vendedor ambulante que vende meias. Ele foi colocando meias em nossas mãos, em cima da mesa, entre batatas fritas e pães, e só depois de muita insistência desistiu e foi embora. Como a atitude dele foi muito incomum, comecei a verificar se ele poderia ter levado alguma coisa que estivesse em cima da mesa. Senti falta da tampa de uma lente da câmera fotográfica, algo que para ele não valeria nada, mas que oportunamente eu teria de repor. Nesse momento, uma portenha veio alertar-nos, em inglês, a respeito do equipamento fotográfico. Foram várias as advertências que eu tive a respeito da câmera fotográfica nos dias em que estivemos lá, no entanto, o ambulante não levou nada, a tampa ficou no bolso da calça que usei na viagem. Só percebi isso na volta, quando vesti aquela calça de novo.

Se essa tinha que ser uma viagem para “ver” Buenos Aires, então, que fosse também uma viagem para fotografar. Uso uma câmera Canon Rebel T6, que é uma câmera semiprofissional, com uma lente EFS 18-55mm e uma EF-S 55-250mm. Levo tudo numa bolsa, também da Canon, e isso talvez seja mesmo chamativo. Depois do bar Goya fomos visitar e fotografar o Obelisco, a Casa Rosada e arredores. Por sinal, algumas das fotos dessa viagem estão em meu Instagram.


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